Concurso Escola Alerta

      O nosso grupo, como já fora referido anteriormente, tem como principais objectivos mobilizar a participação da comunidade envolvente para a necessidade de superação das dificuldades de que são alvo as pessoas em situação de desvantagem e sensibilizar e relembrar a comunidade para a igualdade de oportunidades e importância dos direitos humanos em particular os direitos das pessoas com deficiências ou incapacidade, e como tal decidimos participar no Concurso “Escola Alerta”, visto que os objectivos eram em tudo semelhantes, sendo os objectivos principais do concurso “sensibilizar e mobilizar os alunos para a participação na superação da discriminação de que são alvo as pessoas em geral e em particular as pessoas com deficiências ou incapacidade, através da eliminação das barreiras sociais, da informação e comunicação, urbanísticas e arquitectónicas as quais dificultam ou impedem a sua acessibilidade, o pleno gozo dos direitos humanos e de cidadania e, consequentemente, o exercício efectivo dos seus direitos”.

Assim, a necessidade de modificar a realidade injusta e discriminatória que nos rodeia, confirmou a imperiosa participação neste concurso, de modo a alterar muitos dos aspectos que nesta achamos de incorrectos.

Ao longo de seis meses procurámos informar e sensibilizar para a diferença. Acreditamos que era fundamental conquistar a opinião pública a favor da não discriminação das pessoas com deficiência e assim eliminar barreiras comportamentais e mesmo arquitectónicas que impedissem a total integração destas na nossa sociedade. Iniciámos este árduo trabalho de mudança de mentalidades na nossa escola, pois sabemos que é nos mais jovens que se alteram mais facilmente mentalidades, que se incute um espírito de combate à discriminação. Por fim, elaborámos um relatório escrito (produto final) onde expusemos as actividades desenvolvidas até à entrega do relatório para concurso. Foi entregue ainda a concurso curtas filmagens das actividades que realizámos e um vídeo de sensibilização para a eliminação das barreiras na cidade de Ourém.

Conquistando assim o 1º lugar a nível distrital e o 2º lugar a nível nacional desse mesmo concurso.

O Sorriso da Diferença em Ourém

 

No dia 4 de Fevereiro do presente ano, o nosso grupo O Sorriso da Diferença realizou uma visita à cidade de Ourém, com o objectivo de testemunhar que apesar de todo o desenvolvimento industrial e tecnológico alcançado nas últimas décadas, a evolução de mentalidades, ideias e costumes carece muito, infelizmente, de “ um progresso humanista e espiritual”, onde sejam estabelecidas máximas como a fraternidade, a compaixão com o próximo, o respeito e a justiça, onde o Homem seja a “personagem principal” e não o seu contexto, não o seu redor.

É necessário regenerar o sentimento de fraternidade, de igualdade e de justiça, incitar o espírito de uma sociedade igual e correcta, julgamos vaguear no coração dos portugueses, sem direcção nem sentido, então é imperioso, tal como o grandioso e magnifico poeta de Portugal, Fernando Pessoa, afirma, num dos poemas da sua obra-prima “Mensagem”, n`O Infante: “Falta cumprir-se Portugal”. Falta fazer ressurgir uma sociedade “irmã”, justa, igual para todos, a qual, acreditamos se encontra a obscuridade dos corações lusos, renegada por todos os tormentos por que estes atravessam dia a dia.

Por tudo isto, continuamos a acreditar que é possível uma sociedade mais equivalente, é necessário apenas que sejam instigados sentimentos como a liberdade, justiça, igualdade e o amor.

Com vista a estes objectivos decidimos ir à procura de barreiras que não permitam a edificação de um mundo onde todos soubessem que o lugar que ocupam é o lugar de todos, por um mundo mais acessível, mais equilibrado, livre de barreiras e preconceitos. Um mundo onde um é igual a um a dividir por todos, pois, na nossa óptica, énecessário tornar mais visível a injustiça que reina na sociedade actual, para que o caminho rumo à felicidade possa ser percorrido de forma igual, por todos os cidadãos.

Após a realização da visita e do respectivo levantamento de barreiras arquitectónicas na cidade de Ourém, concluímos que, infelizmente, a sociedade Oureense não cumpre nem respeita as normas preestabelecidas por ela própria, os direitos humanos, as leis judiciais e normas morais, sendo portanto, algo muito grave e que carece de mudança rápida. Ao percorrermos a cidade de Ourém deparámo-nos com inúmeras barreiras arquitectónicas e consequentemente, de forma implícita, barreiras sociais, uma vez que, se não são cumpridas as “leis defensoras da igualdade” é porque a sociedade está assente num espírito fechado, retrógrado quando toca à diferença.

Detectámos, portanto bastantes barreiras arquitectónicas e sociais, que por conseguinte não respeitam as leis impostas, como já referimos, no entanto é também importante realçar que encontrámos, apesar de escassos, casos positivos, onde a acessibilidade à liberdade, autonomia e à igualdade foram tidas em conta, promovendo-se assim a felicidade e harmonia na sociedade.

As barreiras inventariadas foram: carros estacionados em cima de passeios; passeios sem inclinações e/ou rampas de acesso inadequadas a cadeiras de rodas; o mesmo se verificou relativamente ao acesso às passadeiras; postes de sinalização no meio de passeios; caixas de multibanco e cabines telefónicas encontravam-se inacessíveis a pessoas diferentes pois, relativamente às caixas de multibanco estavam muito altas para pessoas de cadeiras de rodas poderem usufruir dos seus serviços e as cabines telefónicas tinham dimensões inadequadas para uma cadeira de rodas o que impossibilitava que pessoas com algum tipo de dificuldade de locomoção usarem de um serviço público. Todas estas barreiras físicas inviabilizavam e condicionam a liberdade e autonomia das pessoas diferentes e consequentemente contribuem para uma sociedade injusta e desigual, não respeitando, portanto, a lei, tal como podemos verificar, visto que apresentamos em suporte multimédia, um vídeo elucidativo da analogia de algumas das barreiras inventariadas com os respectivos artigos do Decreto-Lei n.° 123/97 de 22 de Maio, (produto final) que se trata de um “conjunto de normas técnicas básicas de eliminação de barreiras arquitectónicas em edifícios públicos, equipamentos colectivos e via pública para melhoria da acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada”. (in Decreto-Lei n.° 123/97 de 22 de Maio  ), de modo a demonstrar, de modo mais clarividente, que vivemos numa sociedade injusta e que é necessário mudar tal facto!

 

Algumas das barreiras inventariadas na cidade de Ourém:

ü  Rua Teófilo de Braga (Ourém)

Largo Prof. Egas Moniz (Ourém)

 

ü  Rua Carvalho Araújo (Ourém)
 

ü  Rua Dr. Francisco Sá Carneiro (Ourém)