Idade Média

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Santo Agostinho de Hipona
     Nos próximos séculos, porém, a psiquiatria deixou-se contaminar, novamente, por conceitos teológicos, revestindo-se de carácter mítico. Deste modo, na Idade Média regressa a superstição de que a doença psíquica representava manifestação da ira divina e as terapêuticas consistem novamente em esconjuros e exorcismos para livrar o corpo dos espíritos malignos. Temos como exemplo, Santo Agostinho de Hipona (354-430) que acreditava que o homem mantinha, desde o nascimento, uma”inclinação original para o pecado e para a concupiscência por um desejo de posse e de gozo”. Outro exemplo é o Malleus Maleficarum, um livro escrito por dois padres dominicanos em que se descreve a influência do demónio nas feiticeiras, a forma de identificar a feitiçaria e o modo como as feiticeiras deveriam ser julgadas e punidas.

     Contrariando a superstição que dominava a época, surge na Europa os primeiros “asilos” ou hospitais para doentes mentais. Os primeiros foram a colónia de Geel na Bélgica e o Bethlem Royal Hospital em Londres. Contudo, o conceito começou a degradar-se de forma progressiva e os doentes mentais, os pobres e os abandonados pela família eram recolhidos em Hospícios, instituições que eram um misto de casas de assistência e reclusão.